quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Antes só...


Planejamos, planejamos e planejamos, mas esquecemos que os planos serão determinados por nossos sentimentos. É fácil pensar e pensar e traçar metas, mas vivê-las implica em muito mais que isso.

Estar em São Paulo para mim foi um plano traçado, mas estar aqui é bem diferente do que o planejado. Não falo de dificuldades, saudade ou qualquer coisa assim que já tinha sido prevista antes e vivida de diferentes formas em diferentes lugares. Eu falo de ser parte de 11 milhões de pessoas e (preparem-se para o clichê) estar sozinho.

São Paulo proporciona isso a você. Não há nenhuma atividade que você faça sozinho aqui, ou transporte publico vazio, rua isolada, idéia original... Mas, mesmo assim você está sozinho e não é o único!

Eu estou há menos de uma hora de Santos e não tenho idéia de quando vou descer a serra, trabalho de frente a um shopping, mas raramente tenho tempo de atravessar a rua para ir até lá. Muitos amigos trabalham ou moram perto de onde eu passo a maior parte do tempo, mas eu raramente os vejo. Eu moro com três pessoas num apartamento normal (nem grande nem pequeno) e mesmo assim é possível que eu passe até dois dias (talvez mais ou menos) sem vê-los.

E tudo isso é estranhamente comum, e mesmo sozinho você não esta só. Difícil?

Eu comecei a trabalhar há duas semanas integralmente e já tive lá minhas crises. Acabei ficando gripado e esse foi o “boas vindas” final ao Brasil, pois eu estava há um ano sem ter uma gripe (que saudade do clima seco).

Quando estou gripado como um bom homem eu fico muito chato e carente (Mi, obrigado pela sopinha na boca). Quando estou gripado eu Tb tenho uma enorme tendência a ficar sentimental e tudo que é matéria perde a graça para mim e eu quero estar perto das pessoas que eu gosto.

De repente tudo isso se juntou numa crise que resulta na inevitável pergunta: O que eu estou fazendo aqui?

Normalmente quando vc se faz esta pergunta esta na hora de mudar, de sair. E eu percebi sim que muita coisa tem que mudar, não esta do jeito que eu quero ou espero. Mas não é hora de jogar tudo pra cima, mas sim olhar pra mim mesmo e mudar. Ficar firme no que eu acredito.

No meio de tudo isso eu tive tempo pra reparar no calendário e perceber que dia era hoje, que esta perto do natal, que mais um ano esta acabando e de perceber tudo eu fiz e vivi este ano e até onde eu cheguei.

É tempo de agradecer e entender que só está sozinho quem quer estar. Só se sente derrotado quem é, só se vence batalhando e acreditando. E que paciência é virtude de gente grande.

Muitas vezes eu não sei o que eu quero, mas eu tenho certeza do que eu não quero e eu não quero desistir.

E vc?

XOXO

Bruno.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Onze meses, três malas e uma mochila.



Eu quase poderia descrever desta forma o período que eu passei fora do Brasil, sendo pratico e talvez “frio”, mas certamente esse é apenas um dos inúmeros dados que eu poderia citar.

Estar de volta ao Brasil foi realmente emocionante e diferente de tudo que eu poderia imaginar tendo em vista como tudo está igual, mas diferente!

Eu sinto falta de tudo da Suíça, e nem imaginei que seria tanto. Da comida, a tranqüilidade, às pessoas, “meu” quarto... Tudo esta vivo na minha cabeça e fica a impressão constante de que eu estou de férias no Brasil e logo vou voltar.

Realmente eu não descarto a possibilidade, mas não dá pra ser assim, eu sabia que eu tinha que voltar, não apenas pelo tempo legal de permanência, mas também porque eu sabia que só daqui eu saberia enxergar aonde eu quero estar.

Fez um mês que eu cheguei ao Brasil e teve que passar este tempo para que eu pudesse sentar e escrever. Em um mês eu mudei de cidade – Santos p/ São Paulo – e fiz mais de dez entrevistas de emprego – começo a trabalhar até o final da semana – e arranjei um lugar pra morar, quase ia me esquecendo deste detalhe!

São Paulo nunca foi meu sonho, de verdade, mas de alguma forma estando aqui eu me sinto mais perto do mundo, do aeroporto (hehe) e das oportunidades. Aqui é tudo um exagero, beleza, feiúra, extraordinário e ordinário. Grandeza é pleonasmo. A cidade é dramática.

Eu tenho medo, tremo ao atravessar grandes ruas e me esforço para que ninguém note. Entretanto em muitos momentos parece que estou em outro lugar e até penso que estou na “minha” cidade.

Chegar ao Brasil como eu já disse foi constatar que nada mudou, mas que tudo está diferente. Eu senti falta de muita gente e fui recebido muito bem de volta, mas é inevitável perceber que estamos todos em lugares diferentes da vida e que a saudade anestesiou e a convivência se fez desnecessária.

Eu sinto falta de uma casa que eu deixei pra traz há onze meses a trás e que hoje não existe mais. Essa falta não me machuca ou agride porque da mesma forma que aquela casa se foi, aquele Bruno também não voltou e talvez casa agora seja o lugar que eu me senti totalmente seguro pela ultima vez e acho que nem preciso escrever aqui onde é.

Cada dia que passa e que eu conheço meu novo bairro eu gosto mais dele e me convenço de que morar aqui pode ser melhor do que eu posso imaginar e me conforta ainda mais saber que é assim, que o melhor está sempre por vir.

Ainda tem muitas pessoas que eu quero ver e aproveitar e sair com, espero que todos entendam que o fluxo do rio é forte e remar ao contrario exige esforço e disposição, eu não abandonei nada ou ninguém...

O que vai ser daqui pra frente? Não sei, sinceramente, existem planos, e existe sensibilidade pra saber que todos eles podem ser furados, mas enfim muitas vezes errar o caminho nos proporciona uma melhor vista e de repente nos perguntamos: quem disse que este caminho que está errado?

XOXO

Bruno.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Me Voy



De repente um tempo sem escrever faz bem. Foi o que eu presumi com simplicidade semana passada quando eu sentei e senti que em vez de um texto sairia uma obrigação e esse nunca foi o propósito do blog. E eu nem considero que escrever por obrigação é ruim, já fiz bons textos obrigatórios e intimamente pensei que foi muito bom ter sido obrigado a escrever sobre isso ou aquilo.


Mas, enfim são tempos ao mesmo tempo calmos e turbulentos. Já teve mesa redonda de família, choro, risadas afetadas, carinho e de repente a inevitável e mais sincera sensação de que tudo de bom chega ao fim.


É claro que até tudo de bom tem lá seus dias ruins não posso excluí-los e nem deixar de pensar que foram bons também. Eu nunca imaginei tudo isso quando eu sai do país em novembro do ano passado e hoje quando olho para trás para constatar que faz quase um ano, aliás quando eu chegar de volta faltará menos de um mes para completar um ano de jornada. Não parece, realmente passou muito rápido e ao mesmo tempo parece que foram anos e mais anos q se passaram.


São todas sensações opostas e engraçadas de sentir, deixaram já de ser estranhas devido, talvez, às novas experiencias agregadas a pessoa em questão. O que sinto nem sei se pode se classificar mais como medo ou ansiedade é um negócio que me consome, uma pressa do que virá e ao mesmo tempo uma calma que me permite sentar na frente do computador para escrever ou mesmo para assistir um capítulo de Ally Mc Beal (não me perguntem como, mas eu desenterrei esta série e estou adorando).


Foi lendo meu currículo que eu percebi o tanto de coisa que eu tinha passado realmente e de repente pareceu tão frustrante não poder contar tudo no campo experiência e pensar em ser submetido a entrevistas enfadonhas… É meio patético eu sei, mas é uma sensação e tanto, meio sufocante que segue com a libertação de saber que ninguém pode tirar isso de mim.
Final de semana eu fui ao show da Colbie Caillat em Zurich e não eu não fui pela música grudenta da internet Bubbly, mas sim pelo segundo single Realize e pelo não single Feeling Show e nada contra Bubbly , ok? Haha


Foi muito legal realmente, ela cantou numa casa pequena e bonitinha da cidade e não estava insuportavelmente lotado, o palco era baixo ela estava super perto do público e ninguém nem tentou tocá-la isso tão Suíço eu não sei se gosto, mas é incrível de ver. Pós show ficamos (eu e minha querida amiga, tb brasileira, Marley) fazendo hora no local e conversando com os músicos que são muito mais presentes no palco que a Colbie(o show foi ótimo ela cantou todas as musicas q eu gosto e fez ótimos covers). E acabamos fazendo “amizade” com uma menina que não deixava ninguém falar! Ela era holandesa e falava alemão e inglês, logo ela cubria todas as línguas do local e falava muito em todas elas e sem parar. Ela é uma síntese quase da Suíça e da única coisa que eu pude, talvez, considerar um problema aqui na Suiça: relações humanas.


Isso até vale um post completo, mas em resumo ela reclamou para nós sobre o fato dos suíços não serem abertos a novas pessoas, não falarem ou serem simpáticos com desconhecidos, não puxarem assunto ou tentar aproximação, e o fato europeu, mas principalmente suíço de que são pessoas emocionalmente imaturas com extrema dificuldade de relacionamento humano.
Parece uma tese quase, por isso eu não quero prolongar é apenas a constatação de que cada país tem sua peculiaridade e beleza e voce tem que comprar o pacote e as pessoas também são assim e cabe a nós mesmos saber como encarar isso. Eu aprendi a encarar com curiosidade e peito aberto.


Eu queria (talvez até faça) fazer um top dez dos lugares que passei, das vistas inesquecíveis, das roubadas, das dificuldades, dos rolos, listar os países que quero voltar, os que ainda pretendo visitar, contar os quilometros rodados… Mas isso são estatísicas, são listas, são gráficos e não viagem.


E todo esse tempo aqui foi uma grande viagem que eu não pretendo encerrar com a volta, mas sim começar outra e mais outra agregando nova experiência, mais bagagem, mais vontade, mais curiosidade, mais humildade. A humildade de saber que não sei nada, que o mundo não é meu, mas que eu faço parte dele e faço a minha parte.

“Que lastima pero adios me despido de ti e me VOY” Julieta Venegas.


Bruno.


(O verão acabou por aqui e começou o outono (normal até ai! haha). A média da temperatura é de 14 graus, de manhã cedo chega a 5!)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Terra do Nunca (Ensaio sobre a Distância)


Porque nós complicamos tanto as coisas? Porque esperamos demais das pessoas, porque é tão difícil ser aberto um com o outro, respeitar os limites e o tempo de cada um, porque queremos tanto ter o poder de escolha quando é sempre tão difícil escolher, porque fazemos tantas regras para viver e depois clamamos por liberdade?


Seríamos nós prisioneiros de nós mesmos?


Depois que ficou tão claro que tudo é uma montanha russa inesperada, que cada nova volta oferece novas surpresas, que tudo pode virar de ponta cabeça sem explicação e depois tornar-se uma prazerosa descida. Mesmo assim é tão difícil aproveitar o percurso e tão inevitável querer saber como será final da jornada.


Às vezes eu observando mesmo os relacionamentos dentro da minha família, observando cada um atentamente e me incluindo eu vejo que nos sufocamos no cinto de segurança. Vamos perdendo de ver a beleza do caminho a nossa volta e é inevitável perceber que nós criamos metades dos nossos problemas com cobranças, expectativas, projeções, falta de comunicação, insegurança.


É certo que isso é parte da nossa humanidade, que somos filhos da complexidade e que tem questões que não terão resposta e que precisamos aprender a lidar com isso, mas que regra é essa(¿) que diz que devemos procurar problema em vez de relevarmos mais, aproveitarmos mais, acreditarmos mais.


É fácil dar com uma mão e cobrar com a outra, ter expectativas em silêncio e se magoar quando todas elas vão por água abaixo quando ninguém nem sabia o que você estava esperando, ou fazer planos e ver estes se esvaindo e se desesperar. Quando deveria ser mais fácil dividir suas expectativas com alguém, conversar, fazer planos entender que eles podem dar errado mas, ter a certeza de que existem planos B, e que para cada porta fechada abre-se uma janela, mas é tão fácil escolher o mais difícil.


Durante todo esse tempo que eu estou fora eu aprendi muitas coisas, coisas importantes que hoje eu carrego comigo na minha essência, que fazem parte de mim. Entre tantas coisas eu aprendi muito sobre a distância.


Não apenas essa distancia física, de estrada, oceanos, quilômetros e tudo mais que podemos usar para medir ou exemplificar, mas a distância que nós mesmo nos impomos. Distância que a distância nos proporciona e tantas outras acepções aprendidas ou não.
Eu aprendi que com a distância tudo muda. As pessoas mudam, o que foi deixado para trás muda, a rotina muda e um dia tudo torna-se distante e nos perguntamos se realmente aconteceu e tentamos refazer os fatos em nossa mente para ter certeza que mesmo longe, um dia foi perto e foi nosso.


Atualmente o ontem parece distante para mim. Eu lembro pouco do que aconteceu ontem e cada dia menos quando percebo a rapidez que vem o amanhã. E então me questiono o quanto vale essa ânsia que temos pelo amanha uma vez que tudo vira ontem e se perde na distancia tão rápido, tornando-se assim ainda mais concreto o fato que se deve viver. Que questionar é importante, mas que tem perguntas que vão reverberar no espaço em silêncio e não serão respondidas, mas serão vividas.


Aprendi que se pode falar esquerda ou direita ou siga em frente de diversas formas, e que muitas vezes por mais que te falem que caminho seguir, nem sempre é melhor segui-lo e, entretanto, outras vezes, é melhor nem tentar desviar.

E, de repente ficam distantes tantas colocações e adotam um tom tristonho de auto-ajuda ou comiseração ou mesmo resignação, quando na verdade a alegria esta nas entrelinhas de quem foi longe e voltou, não para ao ponto de partida, tão distante, mas para o ponto de recomeço tão ardil.


E na distância eu vi que tudo acaba mudando, mas que algumas coisas permanecem, mesmo que diferentes, sendo um ponto de referência como uma bússola. E que um dia tudo isso vai também estar na distância. E escrevendo isso eu percebo que tudo pode mesmo se perder, mas que o que fica na bagagem não pesa, apenas acrescenta, não te puxa pra baixo, mas te ajuda a subir a libertar.


"Se eu soubesse q eu sentiria o tempo passar dessa forma teria adiado ainda mais a partida da terra do nunca..." Kamila Assis


"Se eu soubesse que seria história e q o tempo tornaria isso passado tão rápido, teria ficado mais, sentido mais, me apaixonado mais."Bruno Corrêa

Bruno.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Montanha Russa









É engraçado como que em um dia tantas emoções diferentes podem ocorrer com a gente e fica quase inevitável comparar isto a uma montanha russa. Eu sinto o carrinho subir e descer dentro de mim. Um carrinho de emoção, de expectativa, de felicidade, de nervoso, de ansiedade… Cada nova volta nessa montanha russa traz um elemento novo e um dia se resume numa química mistura de sentimentos e sensações que faz, muitas vezes, um dia parecer quase três.


Meu primeiro dia em Amsterdam foi assim, algo como três em um. Eu cheguei cedo na cidade, num domingo, e estava tudo como que adormecido. Minha entrada no albergue que eu fiquei só podia ser feita depois das 14, então eu deixei as malas num locker lá mesmo e segui pela cidade estranha e desconhecida tantando achar o porto onde estava minha antiga casa o MSC Armonia.
Não foi nada difícil, aliás a cidade me levou para lá me distraindo com suas contruções, por ser o oposto total da Suíça e por ser única em toda a europa, sem exageros.

Bom chegando ao Porto certo da cidade (existem vários portos) eu pudeficar pertinho do Armonia e revi muitas pessoas. Foi estranho e incrível ao mesmo tempo, mais uma vez a famosa montanha russa. Pessoas tão queridas estavam lá e o mais louco era para eu estar lá com eles, desembarcando naquele dia e seguindo rumo ao Brasil.

Estar presente nesse momento junto com eles me fez muito reflexivo por algo como eternos 5 minutos. Depois que eles felizes e visivelmente exautos entraram no carro que os levaria até o aeroporto para o Brasil e o que viria depois. Eu queria que o tempo desse mais tempo para que eu pudesse estar ali com eles e conversar mais e que os abraços tivessem sido mais longos, mas em momento algum eu quis ter voltado atrás e estar desembarcando ali, naquele dia. E então, eu senti nada mais que: FELICIDADE.

O tempo passou rápido e quando eu vi eram mais de 14 h e eu resolvi voltar pro hostel, se é que é possível apenas pegar um caminho e voltar em Amsterdam. A cidade é que se pode chamar de festa, está aberta todos os dias. A impressão que eu tive é que não se pode morar lá. É uma cidade grande (relativamente) cruzar ela a pé é possível, indicado, porém cansativo. Cada rua é um acontecimento.

São bares e mais bares e mais bares, nunca vi tantos, junto com os famosos coffe shops dominando a cidade e todos cheios. Holandês é preciso procurar, a língua oficial é todas menos o holandês, e ao mesmo tempo tudo é tão holandês que eu nem sei explicar.
Eu só consegui chegar no hostel as 18h exausto, mas meu dia estava longe de acabar. Depois de me instalar e tomar banho e merecidamente descançar eu fiz amizade com um brasileiro mochileiro e depois nós ainda exploramos a noite da cidade e tudo que é famoso por não ser proíbido por lá.

Não adianta eu falar aqui ou mostrar com fotos, voce tem que sentir o que é a tal liberdade que se propaga por lá. Primeiro é incrível e chocante e depois é estranho e por fim no terceiro dia se torna comum e isso pode ser triste ou estranho. (E vcs pensaram que montanha russa era uma metáfora simples hein?)

Eu me apaixonei pela cidade, todo dia eram mais de 12 horas de caminhadas em cada cantinho, mais museus e tudo mais. É claro que ser turista é sempre diferente, ainda não sei se é realmente possível morar lá, apesar de eu ter conhecido pessoas da cidade que dizem ser possível sim (hahaha), mas que realmente é meio confuso.

Entretanto é essa a confusão que faz a cidade ser única e maravilhosa e todo mundo que passa por lá se rende e confessa que nem New York tem aquele clima. Eu poderia passar muitas linhas descrevendo luzes, construções, ruas ou mesmo o fato de você nunca estar sozinho numa rua nem as 4 da manhã e tudo mais que eu vivi por lá, mas eu só posso dizer que seria pouco, porque Amsterdam é experiência.
No dia da volta eu tomei chá de aeroporto e mesmo super cansado e com saudade da perfeição suíça, eu queria mais tempo, mais tudo.

E é isso que eu sinto toda vez que eu penso o quão perto eu estou de ir embora: Eu queria apenas, mais tempo!
Mas, eu também desejei mais tempo para me despedir quando eu estava para embarcar e assim é. Para mim isso é um sinal do quanto tudo esta sendo bom, tão bom que é difícil deixar para trás. Mas, a vida é assim e lá vem mais um looping e dessa vez eu vou erguer minhas mãos e me deixar levar pelo frio na barriga, afinal é uma montanha russa e nenhum percurso dela é menos emocionte que o próximo.

E apesar de eu ser brasileiro, de camiseta Suíça, só por hoje I AMsterdam. ( Eu sou Amsterdam – Logo da cidade)
Bruno.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Insônia (Apertem os cintos) – Distant Dreamer


Eu quero hoje falar de coisas estranhas que eu sinto às vezes e acho q todos podem se identificar um pouco, umas vez que todos nós somos estranhos, ou não?
Bom, há algum tempo que se tornou difícil dormir. Desde de que eu percebi como o tempo passou rápido e que de repente cheguei naquela encruzilhada do caminho e fico me perguntando: esquerda ou direita?


Poderia resumir tudo isso e dizer que eu sofro de ansiedade. É até bem fácil, eu sempre fui muito ansioso mesmo, mas não é apenas isso. Quando eu coloco minha cabeça no travesseiro, mesmo com meus olhos pesados e meu corpo pedindo asilo, minha cabeça fica funcionando sem parar. Não apenas fazendo perguntas filosóficas de vida, ela pensa em tudo: revisa o dia, canta, conversa, desenha e faz de tudo pra não domir, uma criança teimosa, brigando contra o sono.
O auge disso foi semana passada quando pela primeira vez na vida eu tive INSÔNIA! Coloco em letra maiúscula mais exclamação para enfatizar mesmo o terror que foi. Eu rolava de um lado para o outro e caminhava na casa escura sem saber explicar ou entender a noite mais longa dos meus 23 anos.


No dia seguinte minha irmã me disse que provavelmente era devido ao eclipse lunar que ia ocorrer e isso afeta de forma estranha esse lado aqui do planeta. Eu preferi acreditar nisso, ainda mais porque no dia seguinte eu capotei de tão cansado que eu estava.
Mas, enfim. Os dias aqui são conhecidos por serem rápidos. Pergunte pra algum brasileiro que veio pra Europa (e ainda mais na Suiça), muitos e muitos dizem que o tempo aqui passa diferente. Eu sei que parece impossível, mas só vivendo pra saber. Ele passa rápido demais e quando voce vê já foi. Eu culpo isso ao clima talvez e a forma de vida, mas são apenas minhas teorias...


Entretanto ultimamente apesar de continuar acelerado o tempo aqui esta, para mim, ao mesmo tempo, longo_______________. E a explicação pode ser também a mesma que eu já dei ali em cima, uma vez que eu tenho um comixão pra saber o que vai acontecer em breve, mas também acho quepode ser muitas outras coisas e sentimentos que para descrever eu tornaria este texto longo_______________.


Foi nesse clima insone que eu resolvi tirar um dia só. Sexta feira passada minha irma ia receber uns amigos num jantar e eu quis apenas sair. Tinha esfriado pois o verão esta dando adeus e estava chovendo. Depois de rodar o centro todo e comer, tomar café e mais tres cervejas eu resolvi que ia andar pelo rio de noite, ainda não tinha feito isso. Eram mais de 21H e agora já bem escuro, quando eu cheguei na orla da floresta que tem aqui, consideravelmente perto.
Primeiro eu vi que os suíços tem habitos esportivos noturnos. Tinha gente correndo nas partes mais iluminadas e uns mais excêntricos praticando canoagem no brêu.


Eu andando com meu Ipod escutando música alto e me vi sozinho no escuro rodiado de mato, sabendo exatamente onde eu estava, mas vendo tudo (ou o que meus olhos mostravam) de forma diferente e me veio um sentimento sem razão, umas vontades bobas.
Eu comecei a correr e rodar e cantar bem alto e rir de mim mesmo e foi tudo tão estranho e ao mesmo tempo tão libertador e eu repetia alto os versos da música que tava tocando: I´m a dreamer, a distant dreamer. E encaixou tão perfeito que pareceu montado; montado pela vida, pelo momento.


Depois a música acabou, eu desliguei e terminei o caminho ouvindo a noite e tudo tomou outra forma de novo, porque os barulhos da noite são um tanto excusos e a coruja realmente assusta com aquele som que ela faz, não é apenas pieguice de filme de terror.
E então por mais que nada faça sentindo, talvez até muito menos sentido pra quem leu e não sentiu. Tudo pareceu fazer sentindo e se encaixar. Ali no escuro, no nada, naquele momento que poderia ser esquecido, mas que acima de tudo foi vivido.


Eu percebi que eu não sabia se devia ir pra esquerda ou para direita porque eu quero a estrada de tijolos amarelos!


No outro dia eu embarcava para Amsterdam para passear e conhecidentemente teria a possibilidade de encontrar o navio que eu trabalhei e meus amigos q lá estiveram comigo.
Mas essa é uma outra história...

Bruno.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O dia em que a Suíça enlouqueceu!






Final de semana passado foi bastante diverso. Estou aproveitando para ver lugares que ainda não vi e também pretendo revisitar outros que gostei muito. Aproveitando tudo isso fui passar o final de semana com a minha mãe na casa de uma amiga dela brasileira que mora numa cidade daqui chamada Solothurn.

A cidade, como quase todas do país, é super histórica repleta de igrejas e construções antigas, muito agradável. Não foi a mais bonita que eu vi, mas tinha lá seu charme. Divertido mesmo foi estar na casa dessa amiga da minha mãe que é uma mulher engraçada e retada! (Viram a abertura dos jogos??)
Bom, na verdade eu fiquei na casa dela de sexta até sábado. Minha mãe ficou mais tempo mas eu segui para Zurich (Zurique). Bom, em Zurich estava acontecendo a Street Parade, atualmente a maior festa de rua do verão da Europa, uma vez que não tem mais a Love Parade de Berlim.

A Street Parade na verdade é uma bagunça total. São quase oito horas de musica eletrônica nas ruas da maior cidade da Suiça. Aliás eu não comentei muito sobre Zurich ainda. Ela é linda. É a “cidade grande” da Suiça, a pesar de não ser exatamente grande. Ela é extremante limpa, repleta de igrejas e relógios e maginíficas contruções, ainda tem um lago enorme que é a praia da cidade, também tem a rua mais cara do mundo com os cofres de vários bancos no subsolo e um dos big Mac’s mais caros do mundo segundo uma pesquisa recente que eu li no site do MSN. A cidade é super lotada de gente e no sábado em questão estava absurdamente cheia.

A festa começava na estação de trem, ou melhor no trem. A impressão que eu tinha era que todo a Suiça tava indo para lá e FANTASIADA! Chegando na estação de Zurich já tinha uma tenda eletrônica e mal dava para andar, senti que estava no lugar errado. A primeira impressão era tanto lixo, tanta bebida, tanto barulho e tanta gente maluca com roupas absurdas ou quase sem roupas (ainda mais absurdo) que era qualquer lugar menos a Suiça. Mas, enfim era a Suiça mais uma vez surpreendendo e muitos turistas de toda europa ou lugares muito mais afastados.

Não consegui parar de tirar foto. Era realmente de encher os olhos, o povo surta nas fantasias e encarnam por um dia seus personagens. A música não era ensurdecedora e a bagunça era até que bem organizada. Era uma festa para todos os tipos. Tinha aquelas pessoas que pareciam nem estar na festa e continuavam nos restaurantes comendo tranquilas, tinha os super empolgados, tinha as familias com seus filhos e também os deliquentes. Tinha muitos tipos de bebidas e comidas (Caipirinha 10 francos) e outras drogas tb. Não é liberado aqui, mas voce via saquinhos de várias coisas correndo pela vista grossa da polícia. A única parte realmente triste disso foi ver jovens chapados caídos pelas ruas. E correndo o risco de parecer o esteriótipo do velho careta eu me pergunto se isso é realmente necessário para se divertir (¿); Eu mesmo me diverti sem uma gota de álcool, minha droga foi um café gelado do Starbucks.

Após muito andar, fotografar e dançar eu tomei meu caminho para estação antes que todo mundo tivesse a mesma idéia, porque realmente era MUITA GENTE. Foi muito divertido. Chegando na estação da cidade que eu moro eu ainda vim andando pela beira do rio para casa aproveitando o clima delicioso. No dia seguinte foi aniversário de uma amiga brasileira da minha irmã que é casada com um portugues. Muito engraçado também. Portugueses são umas figuras, divertidíssimos, adoram beber e comer muito. E essa é a Suiça, essa mistura de tudo quanto é gente e tribo num país que parece uma maquete repleta de cliches. Vou sentir muita saudade de tudo isso!

Bom, mas em tempos de volta, aproveito o blog para falar com todo mundo. Pessoal eu to voltando, mesmo. Eu chego em outubro, mas vou fazer surpresa do dia. Estou feliz, não apenas de voltar após quase um ano e poder rever todo mundo e ver meu país novamente, mas estou feliz em começar de novo.

Pela primeira vez vou ter a oportunidade de estar no Brasil e procurar um emprego que eu goste e também procurar emprego na área (alguém lembra que eu sou jornalista?). Muito me empolga a idéia de trabalhar em algo interessante que eu possa me dedicar cem por cento. É claro não descarto a possibilidade de voltar a Suiça para estudar ou mesmo de voltar para o navio que eu tanto gostei e que me fez muito bem. Mas, pretendo tentar em terra brasilis.

Então pessoal que sabe meu e-mail e me conhece pode escrever para mim com vagas, idéias e tudo mais que possa ajudar esse jornalista viajante que esta de volta. Agradeço todas as colaborações e aliás aceito emprego em São Paulo (preferencialmente) e Santos, na área (seria demais) ou não (sou versátil!! Haha). Brincadeiras a parte vou adorar receber dicas de todos e tudo mais que vier.

É isso ai.

Até já,

Bruno.